terça-feira, 21 de setembro de 2010

Família e mordida

Eu sempre gostei de festinhas de escola. Já fui noiva do casamento da festa junina, adorava ensaiar e apresentar as coregorafias, mais animada que eu só eu de novo. Aí, há quem diga que "quem sai aos seus não degenera", pois eu digo: AHHHH DEGENERA SIM. Gente, eu juro que não sei o que acontece com a Giovanna, ela ensaia, comenta em casa, chega no dia de se apresentar, PIMBA, a menina encasqueta que não quer e ponto. Assunto encerrado. A única vez que ela apresentou direitinho foi no dia das mães do ano passado, cantou que foi uma lindeza. Festa junina? Nem com reza pro santo.
 
Sábado teve festa da família na escola dela. Cada turma fez sua apresentação, quando foi a vez da salinha dela, ela entrou com um bico típico dela e a testa franzida (claro), mas pra minha surpresa ela não chorou (acho que tem a ver com o fato de os pais terem participado da apresentação com eles). 
 
Mas eu quero mesmo é falar sobre essa festa, a da família. Festas assim acabam forçando a gente a pensar na composição da nossa família. Fomos só eu e meu pai, minha mãe sempre participa de tudo, mas esse fim de semana ela estava cuidando da vovó. A festa foi uma graça, como eu já esperava. Tinha exposição de trabalhos dos alunos, teve lanche, mas o auge da festinha foi uma palestra feita por uma terapeuta sistêmica familiar (profissão chique né? Eu gostei).  A palestra foi  basicamente sobre o que os filhos fazem por amor aos pais, e sobre as mães liberarem os filhos pra amar seus pais (hmmm, aí ela me pegou) e vice-versa, porque segundo ela, a  criança que se vê “obrigada” a escolher amar só o pai ou só a mãe, não se torna um adulto completo. Sabe quando você toma um tranco? Pois é, parecia até que a palestra era pra mim. E aí eu comecei a pensar se eu libero minhas filhas pra amar o pai delas. E cheguei à conclusão que eu libero sim, embora eu nunca tenha feito isso premeditadamente. E tá, eu confesso que ver um monte de pais correndo atrás dos filhos, levando pra beber água, educando (tipo pai mesmo) sempre dá um baquezinho!Mas aí, eu respiro fundo e me sinto uma menina super poderosa (tipo mãe mesmo) e me encho de felicidade de ver a Giovanna, do alto dos seus quase 4 anos, correndo descalça pela escola, me puxando pelo braço pra mostrar o trabalhinho dela, abraçando as amiguinhas, a irmã e eu pra tirar foto.Juro, foi LINDO – Vale lembrar que tinha refrigerante, sanduíche e picolé de lanche – E, vem cá, quando vai ter outra dessa mesmo?!?
***
Um belo dia (hoje) eu ligo na escola da Maria Luiza pra saber como ela está – ela tossiu muito essa noite – e descubro que ela mordeu um amiguinho, com força, só porque ele teve ao mesmo tempo que ela a idéia de pegar um papel de bala no chão.
Tsc tsc tsc. E eu que queria MOR-RER quando a Giovanna chegava da escola com uma marca de mordida no braço.
Jéssica Miranda

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais

Feliz dia dos Pais: é a frase que mais se escuta no segundo domingo do mês.

Mas eu quero mesmo é agradecer. Agradecer a cada pai que soube participar da vida de um filho, que soube enchugar suas lágrimas e que soube escutar em silêncio quando as coisas ficavam difíceis.

Agradecer aos pais que deram a oportunidade dos filhos errarem e que não os julgou quando isto aconteceu (mesmo que tenha dado uns apertões daqui e dali).

Agradecer aos pais que sabem fazer o uso moderado da força pra educar: da força moral, da força dos anos, da força das mãos e dos braços, da força da voz, da força do olhar.

Agradecer aos pais que disseram não nas horas certas e que não disseram absolutamente nada na hora certa também.

Agradecer aos pais pela fé, pelas chances e pela luta.

Agradecer aos pais pelas noites mal dormidas, pelas noites não dormidas e pelas noites em que dormiram conosco, pra nos proteger ou para satisfazer a companhia, insuficiente durante o dia.

Agradecer às mães que são pais, aos avós que são pais, aos irmãos que são pais, aos amigos que são pais.

Agradecer aos padrinhos, aos tios e aos professores; aos curadores, aos guardiões.

Agradecer aos que forão pais (e ainda os são) longe de seus filhos antes da hora que esperavam.

Agradecer aos que são bons, justos e corajosos e que cuidam de seus filhos nas doenças, nas tragédias, nas incertezas e nas escolhas incertas.

Agradecer aos que nunca abandonam, aos que voltam atraz de seus erros enquanto ainda dá tempo.

Agradecer aos pais viúvos, aos pais separados e aos pais solteiros por nunca deixarem seus filhos.

Agradecer ao pai da Jéssica pelo imenso afeto.

Agradecer sobretudo ao meu pai: Sérgio, que me deu caráter e ensinamentos pra vida toda. Que dá carinho à minha filha, que me ampara e (por mais que não seja perfeito em tudo) que é o que eu escolheria mil vezes; e que é o melhor avô do mundo, um pai ao quadrado pra minha filha!

E por fim, desejar feliz dia dos Pais, apesar de eu achar que merece parabéns (e muito, muito, muito obrigada) todos os dias!!!

Um beijo do "Mães, mulheres e tal" em vocês.

Juliana Fernandes

sábado, 7 de agosto de 2010

De volta

Texto que era pra ter sido postado ontem, mas deu erro... hoje ainda vale?

"Depois de uma cara sem postar (e de uma bronca dessa tal Juliana Fernandes), eu tinha que voltar pra cá hoje. Eu não poderia de forma alguma não dedicar um post INTEIRINHO pro homem da minha vida.

Dia 06 de agosto de 1957 nascia André Luiz Miranda. O meu pai. Aliás, o MELHOR pai entre todos que eu conheço. Meu pai preparou incontáveis mamadeiras pra mim e pra minha irmã, lavou e passou infinitas fraldas de pano, e adorava me colocar no antebraço dele, segurando minha cabeça com a mão. Ele brincava, acampava comigo no quintal de casa e me ajudava a panhar jaboticaba no pé. Me levava e buscava na balada qualquer que fosse a hora. Como se não bastasse, num certo dia de maio de 2006, quando soube que a caçulinha dele seria mãe solteira aos 18 anos, numa fala firme, mas cuidadosa, ele me disse “a gente vai cuidar e amar esse bebê juntos”, e assim nós fizemos. E a mania de colocar recém nascido no antebraço continuava lá (ai, meu resguardo)... E digo mais, foi esse mesmo Sr. André que entrou comigo pra sala de parto quando minha segunda filha nasceu. Com todo o amor e disposição, ele é o vovô dos sonhos da Giovanna e da Maria Luiza. É com ele (e só com ele) que a Giovanna gosta de subir as escadas quando eu chego com ela da escola. É na barriga dele que a Maria Luiza pula sem cuidado nenhum. E por elas, ele nunca está cansado, nenhum pulo na barriga dói e não existe neta pesada.

Hoje é o dia desse super homem (é esse aí de baixo ó), então, FELIZ ANIVERSÁRIO, PAI. Parabéns pelo seu caráter e sua grandeza. Desejo que essa data se repita várias vezes, e desejo estar com você em todas elas.

Um beijo pra você!!

Com amor"

Jéssica Miranda

domingo, 30 de maio de 2010

Eu preciso..

Eu preciso dizer que estou amargurada com ter que sair de casa para me formar e deixar minha filha com a babá, chegar em casa pra dar a janta, banho, coloca-la na cama e sair de novo pra maratona de "estudante profissional", mas preciso lembrar que é por ela.

Eu preciso admitir também que me sinto culpada por ter vontade de dormir uma noite inteira sem ela acordar, porque corri o dia todo, e sei que ela sente saudades de mim, mas levanto morta no outro dia por ter feito "plantão-mãe" de madrugada, e tenho medo que ela não me ame porque fico pouco em casa e nem temos brincado tanto, mas preciso adimitir que se consigo ser tanto  é por ela.

Eu precisso ressaltar que fico sem ânimo, às vezes, de corrigi-la e educá-la, pois sei que fico pouco em casa para nos divertirmos e que uma mãe moderna seria mais leve e menos metódica, e que zangar com a minha filha pra que ela seja uma pessoa melhor do que eu pude ser aperta meu coração, e me deixa picadinha por dentro, mas preciso ressaltar que é por ela.

Eu preciso comentar que choro escondida por pensar que estou perdendo pedacinhos da fase bebê dela e que me surpreendo por chegar em casa todos os dias e ver que ela tem evoluido sem mim. Pensar que minha filha não é totalmente dependente doi, mas preciso comentar, que se permito que ela seja uma menina menos dependente de mim, se me permito crscer para que ela cresça feliz e com sonhos possiveis de serem realizados, se faço tudo que faço, é por ela.

Eu preciso desabafar tanta coisa, eu preciso pensar e colocar pra fora tanto sentimento. Mas me contenho, e caminho em frente, e me convenço do que ja disse várias vezes e sei que você, leitor (a), ja sabe (e eu nem preciso dizer o que vou dizer), é por ela, por ela, por ela. 
Juliana Fernandes

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sabe??

Quando uma criança agarra tanto nas suas pernas que se você virar pra trás de uma vez tropeça nela? E quando essa mesma criança só quer saber de colo (o seu, claro, outro não serve)? E sabe quando vc come em tempo recorde pq a criança mal acabou de comer e já tá pedindo colo de novo? Sim,eu estou falando da minha Mariazinha. A bixinha tá um grude e meus braços em frangalhos.

Enquanto isso no banheiro....
- Giovanna, destranca a porta e dá licença que a vovó quer sair.
- (silêncio....)
- Giovanna, a vovó tá pedindo pra vc abrir a porta e dar licença pra eu sair.
- (silêncio....)
- Jééééssica, eu estou pedindo pra Giovanna abrir a porta e ela não me obedece.

E eis que a porta se abre. Me chamar é quase como dizer uma palavra mágica em casa. Aí é hora da conversa no quarto, hora de tentar colocar numa cabecinha geniosa de 3 anos e meio que não é legal desobedecer a vovó. Também é hora de deixar a tal criança do começo do texto esguelando com o avô pra tratar da educação da outra.

A primeira tentativa foi frustrada. A Maria Luiza mais que depressa veio prestar sua solideriedade diante da bronca alheia. Tratou de ir até o quarto, abraçou as pernas da Giovanna, que nessa hora tb chorava, e pegou o ursinho que fica no seu berço numa tentativa de animar a irmã (e conseguiu) – vale lembrar que há umas 2 semanas, num episódio semelhante, a Maria Luiza ficou parada do lado da Giovanna, chorando pq a irmã chorava também. E lá vai a mamãe tentar conter o choro das crias. Voltando à conversa sobre o ocorrido no banheiro, na segunda tentativa obtive sucesso. Expliquei pra Giovanna algumas coisas que não são certas, acho que ela entendeu. Saiu do quarto e foi se desculpar com a vovó. E a paz volta a reinar.

Depois de 1 ano e 2 meses sendo mãe de duas crianças é que eu fui descobrir que levantar várias vezes na madrugada pra amamentar ou que segurar minha filha chorando enquanto furam o pezinho dela pra coletar sangue, são coisas pequenas se comparadas às situações que a maternidade despeja sobre a minha cabeça. Mas eu descobri também que a dor nos braços de tanto dar colo pra Maria Luiza, é dor de amor. Ela quer tanto o meu colo pq eu a amo demais e ela sente isso. Descobri que é fantástico estabelecer uma relação de respeito e amizade com a Giovanna, que é bom “ser a palavra mágica”, pq eu percebo que estou no caminho certo.

Bom mesmo é receber das minhas filhas (em forma de beijo, abraço, sorrisos) todo o amor que eu sinto por elas, e ter cada vez mais certeza que tudo que eu adiei na minha vida – pq ninguém perde nenhuma fase qdo tem filhos, só adia um pouco – valeu a pena, e que por nada no mundo eu voltaria no tempo pra fazer diferente.
 
Jéssica Miranda

terça-feira, 11 de maio de 2010

Dia das Mães

Alguém aí ganhou uma toalha de rosto com a marca da mão de tinta da filha mais velha e uma flor da filha mais nova? Eu ganhei.

Isso se chama FELICIDADE.

Jéssica Miranda

domingo, 9 de maio de 2010

Dia das mamães

Ou faça homenagem todos os dias, ou deixe parecer ser algo natural.

Datas fixas para comemorar o milagre de cuidar da vida são dispensáveis, mas a dedicação e amor sem medidas merece constante atenção.

Nada de perguntar que presente quero ganhar, já ganho muitos todos os dias (e nem todo o dinheiro do mundo pagaria um deles se quer!), e bastou eu pedir pra Deus um: minha filha! Ela é literalmente meu presente!
Aqui é dia da mamãe todos os dias!

Juliana Fernandes

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Papo de mãe...

Me peguei conversando esses dias com umas amigas e percebi que seja lá qual for o assunto sempre terminamos no mesmo ponto: filhos.

Eramos três falando de trabalho. Quando nos vimos choramingando por não poder estar com nossos filhos em tempo integral.

Bem, diferente de mim, os maridos delas ficam com os filhos muitas vezes pra elas poderem sair de casa e trabalhar e estudar, é uma troca de turnos com os filhos.

Minha filha tem mãe dois-em-um.

E em meio ao bate papo eu tentava mudar o assunto, porque me sentia na saia justa de ouvir todas dizendo:

"_Meu marido adora brincar com o meu filho", "_Meu namorado leva minha filha pra passear todo fim de tarde"...

Não por inveja. Não vejam por esse lado. É uma dorzinha de pensar que ela ainda não entende, ainda.

E logo perceberam. E perguntaram porque eu não falava da relação pai/filha.

Foi quando fui obrigada a dizer:

"Quando minha filha me beija e me abraça, e me chama de mamãe sou coberta de orgulho por tê-la, mas quando ela me abraça e me beija e me chama de papai, sou repleta de esperança."

Foi quando vi uma delas enxugar o canto do olho, e dizer:

"Vocês duas são a minha melhor definição de família."

Na hora tomei um susto. Susto de emoção e de surpresa. Susto por ouvir o inesperado.

E em meio a esse papo de mãe, mulheres e tal pude perceber que familia completa é a que tem alegria, harmonia, esperança e amor.

Somos uma família (moderna) feliz e, acredite: completa.

Juliana Fernandes

Dentes

Ela não tem mais apenas os atacadores.

Agora tem um montão de dentinhos de leite, que formam um sorriso branquinho.

Branquinho como a paz que ela me traz.

E sempre repito, com amor, quando vejo os pequenos dentes:

"_Seu sorriso é minha paz."

Juliana Fernandes

Cócegas no coração

Sorriso é uma coisinha engraçada que surge no rosto (de verdade) quando o caração sente cócegas.

Falo isto e me perguntam como é sentir "cócegas no coração":

"_Ora, pois, é o termo que desenvolvi para explicar o efervecer da minha alma quando me sinto feliz."

Mas estas palavras, só foram possiveis de serem ditas (da boca pra fora) quando a Julinha saiu da barriga pro peito.

Me lembro de ser apaixonada pelo cheiro da boquinha, ficava encantada com as pequenas unhas e fascinada com o som do gungunar...
Era gostosa a sensação de fazê-la dormir e tarde da madrugada me pegar olhando o pequeno pacotinho de amor que dormia aconchegantemente na cesta ao lado de minha cama: era um pedaço de Deus, dado pra ser um pedaço de mim, e eu dada a ela como guardiã (duplamente)...

E me recordo da estranha sensação quando a vi pela primeira vez: meu coração foi inundado por lágrimas de paz e ternura; e me senti tão afogada de alegria que, quando o coração secou o excesso de emoção, foi tomado por um sentimento de infância que só as cócegas carregadas de gargalhadas podem trazer.

Além do som das gargalhadas, minha Lili me trouxe uma alma deliciosamente feliz, me trouxe som e riso; só riso não, sorrisos (mesmo sem motivos aparentes, ser mãe é ser feliz "sem motivos").

Trocando em miúdos: o sorriso é a origem  das marcas nas minhas bochechas, o riso é o caminho até as marcas e as gargalhadas, bem, são o som do meu coração batendo tão depressa, de alegria, que vira som na minha garganta desafinada e contagia_ou contamina_ quem estiver por perto.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Para expressar a saudade:

Faz muito tempo que não falo com você, ou de você.

Acho que anda estou magoada de você ter ido e não ter me dado um ultimo beijo. O beijo do "até algum dia". Que vontade eu tenho de ter dado um beijo em você e sentir o calor da vida da sua voz me dizendo "eu te amo".

Eu sinto saudades da sua voz, do seu cheiro. Sinto saudades de ser sua filha.

Mas sinto mais saudades do que não fomos juntas. Sinto saudades do que não pude aprender com sua presença. Sinto saudades da avó que você não soube que seria.

Mãe, sinto saudades principalmente quando aprendo com sua ausência. Sinto vontade de ouvir as histórias que foram levadas com você, e que eu nunca vou ouvir.

Hoje, minha filha me chamou de mamãe, com muita nitidez, foi tão lindo! Então pensei em quantas vezes você ouviu isso de mim e se sentiu emocionada. Eu nunca ouvi essa história.. E muitas vezes deixei de te chamar assim, porque achava que eu era capaz de ser mais que filha. E hoje, me pulsa tanto arrependimento.

Julinha está quase andando, fala algumas palavras e jé identifica seu rosto em fotos. Conto sobre você, para que ela sinta que te conheceu um dia, mesmo que as lembranças dela sejam lembranças por mim narradas.

Conto pra ela que a vovó é estrelinha no céu e que toda vez que olhamos pra cima, e procuramos um brilho vemos você, amor que brilha distante no céu e aqui dentro tão perto, tão forte.

Mãe, encontrei numa caixinha alguns recadinhos que me deixou na infância, com grande letra cursiva, pra ficar mais facil pra eu ler, e me senti tão preenchida de amor. Mal sabia eu que tinha a mãe mais encantadora que poderiam escolher pra mim.

Você é um mar inteiro de saudades dentro do meu coração, quee vez ou outra,  quandofaz ventania na minha'alma sinto que escorre mar pelos meus olhos.

Sinto falta da sua presença, sinto falta de ser filha, sinto falta de dizer seu melhor nome: "mamãe".

Juliana Fernandes

segunda-feira, 29 de março de 2010

Aniversário

Eu não esperava que fosse chegar tão depressa esse dia. E chegou.

Eu pensava que você não cresceria, que caberia no meu colo muito tempo. E quando vejo, já está perdendo o medo de andar sozinha.

Eu pensava que teria muito a te ensinar e mal sabia (tola que sou) que você é quem me ensinaria tudo. Você já veio pronta pra ser filha, eu que não estava pronta pra ser mãe.

Neste um ano fui doutrinada.

Fui ensinada a ser mãe, mulher e tal. Fui ensinada a ser humana, a ser viva, a viver.

Percebo agora que completamos, as duas, um ano de nascidas (porque bem antes de você nascer pro mundo, já havia nascido pra mim, na esperança): completamos as duas, pois, um reveillon em pleno 02 de abril, você por ter dado ao mundo a graça de recebe-la e eu por ter tido a honra de nascer como sua mãe.

É possivel entender agora a magnitude da palavra "amor", da palavra "mãe" e da palavra "tempo": vocábulos tão curtos, que provocam centenas de sentimentos gigantescos, e que nem milhares de palavras definiriam. Os sentimentos definem-as por si só.

(A vida sem minha filha é como uma folha em branco: existe, mas de nada vale.)

E este um ano de aprendizado é apenas o preparatório para o caminho que vamos trilhar. Falta uma vida inteira pela frente. Falta ainda os tropeços pelo mundo.

Estarei com você onde quer que estejamos e você estará comigo, vida minha, além da presença, porque você me transoformou, e me fez viva no amor que sinto por você.

E repito sobre meu amor por você assim, tanto, porque vai além das palavras que saem de mim, vai além das palavras que sinto.

Feliz primeiro aniversário.
Juliana Fernandes

domingo, 21 de março de 2010

Brilho

Você trouxe desde a beleza daquele barrigão (e coloque ão nisso) até essa da minha alma cheia de riso e alegria.

Você é minha estrela, que me empresta brilho pra eu cintilar como mãe, e caindo no meu mundo me trouxe a possibilidade de renascer em plena felicidade, correndo o risco de não ser tudo o que você merece, você que é que é o risco de luz da minha vida.

Me lembro ainda do refrão do Badiinho, grande amigo, que me ensinou a cantar, ainda pequena, e que me faz cantar ainda, e muito. Ele escreveu letras lindas uma delas cantei em um de meus recitais, (letras que encantam muita gente) e nem sabia que se dedicavam ao futuro que me esperava:

"...um risco de luz a incendiar quem brilha, e ao mesmo tempo ser sua mãe e sua filha..."

Juliana Fernandes

quarta-feira, 17 de março de 2010

Viva você, Malu

O dia ainda está pela metade, mas já rendeu sorrisos e lágrimas, a prova viva da emoção à flor da pele. Hoje, Maria Luiza, nós celebramos um ano da sua presença em mim e do meu coração em você. Um ano do milagre da vida. Hoje a gente celebra a vitória e a grandeza de compor uma FAMÍLIA.

Hoje pela manhã eu me peguei, inevitavelmente, revivendo a lembrança minuciosa do seu nascimento. Senti uma felicidade que parecia não caber mais em mim. Senti que, mais que um “feliz aniversário”, eu devo a você um MUITO OBRIGADA. Porque embora o aniversário seja seu, é você quem me presenteia todos os dias. Você é o próprio presente, meu amor.

Você trouxe vida e recomeço, trouxe motivação e uma força descomunal pra seguir em frente, sempre. Me ensinou uma nova concepção de anjo, que não é loiro (na verdade mal tem cabelo) e não tem asas. Minha anja é banguelinha e ainda assim consegue ter o sorriso mais doce que eu já vi.

Quero te dizer que não há nada que eu não faça pra ver sua felicidade, não há limites que me impeçam de lutar até o fim pela nossa família. Minha vida é sua, pequenina. Meu coração também. Hoje o dia é de festa pra você, dia de ser presenteada com o amor (na sua melhor forma).

Parabéns, filha. Permaneceremos juntas, daqui até o fim.


“Felicidade que transborda, parece não querer parar, não quer parar, NÃO VAI PARAR”

Jéssica Miranda

terça-feira, 16 de março de 2010

Vovô

Filha, quero lhe contar um segredo:

você tem Pai (e de uma maneira bem especial, com letra maiúscula.)

Trocando em miúdos, Pai é a presença que acalenta, que ampara e que reúne todo amor que tem pela vida e pelo mundo e lhe dá em carinhos e afeto.

Amor de Pai é traduzido em boa educação recebida, em alguns nãos pelos caminhos e algumas repreendas.

Amor de Pai é conquista.

Você tem Pai porque é amada todo dia por um vovô que faz do mundo fantasia pra lhe ver sorrir. Ele lhe dá nomes engraçados, e te pede com jeitinho pra ser feliz ( e faz tudo pra que isso aconteça).

Você nasceu no mundo como neta, e no coração como filha. (Veja que natureza sapeca, me fez sua mãe e te deu meu pai, e como sou feliz por isso.)

Quando menina eu costumava dizer que o meu pai era o melhor do mundo, agora preciso reformular, nosso pai, não é querida?

Meu coração se enche de alegria quando você enche a boquinha e o chama como eu o chamo. Posto quejá tentei inúmeras vezes chamá-lo por vovô, mas você insiste, ele é seu Pai.

Então, mais uma vez a mamãezinha se enche de orgulho, em saber que Deus lhe deu tão grande presente. Lhe deu um amor tão grande, um Pai tão amoroso, um Vovô-Pai.

É filha, você é de sorte.

Juliana Fernandes

Tempo

É aquilo que reclamamos não ter, quando temos um novo compromisso.

É aquilo que alegamos ter e não querer, quando sopramos mais uma velinha.

Tempo é o que mais quero, filha. (Mesmo que saiba que quanto mais tempo peço, mais velinhas sopro.)

Sei que se ganho tempo ganho oportunidade de ter você mais perto de mim, e quero ter você como mil compromissos, para dar a desculpa de estar sem tempo, e ter mais tempo e ser só de você, todo dia.

Juliana Fernandes

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ao som do Exalta

Fica mais fácil contar o meu fim de semana de mulher e tal, sem o “mãe” na frente. A pedido da avó paterna, levei as meninas pra passarem o fim de semana com ela. É dia de converter as horas sem elas em momentos pra mim (que coisa esporádica, não?). Foi o que eu fiz. Não engoli a comida sem nem mastigar como costumo fazer, dormi depois do almoço, pintei o cabelo, demorei o tempo que eu quis no banho. Entrei num pretinho básico tomara-que-caia e saí. Dancei até não agüentar mais, me acabei. Peguei uma fila interminável pra pagar a conta depois de um pagodinho restaurador. Voltei pra casa, apaguei e, acreditem se quiser, acordei ao meio dia. Cansada, mas já cheia de saudade das pequenas, tomei banho e fui buscá-las.

Deixei a mulher e tal dormindo, voltei a ser mãe em tempo integral (com dor nos pés e com todo o meu coração).

Saldo absolutamente positivo do fim de semana. Às mães que estão lendo, sempre que tiverem oportunidade, vivam pra vocês, cuidem de vocês. E não se culpem, nenhuma mulher é menos mãe porque virou a noite na balada ou tomou um porre. Não acho, de forma alguma, que encarar uma noitada seja tão intenso quanto estar na companhia dos filhos, mas soma momentos de prazer. Eu acho é que mãe feliz transfere a felicidade pros filhos. Então sejamos advogadas, baladeiras, médicas, leoas protegendo as crias. Sejamos MÃES, MULHERES E TAL.

“Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir”.

Jéssica Miranda

sábado, 20 de fevereiro de 2010

De mãe pra filha, com amor.

Um dia você perceberá, querida, que a distância é para o amor o que é o vento para o fogo:

o fogo quando é apenas uma centelha se apaga com a brisa leve, mas o fogo que incendeia cresce com a ventania.

Mas o incêndio verdadeiro acontece diante do maior amor. O mais verdadeiro e que precisa de apenas um alguém: o amor próprio.

E quando isto acontecer, você será plena e forte (como o fogo gigantesco que habita em você) e será capaz de amar intensamente e incendiar outras pessoas.

Aprendi isto com o tempo. Mas use minha expêriencia e aproveite para aprender outras coisas, que não as que posso lhe testemunhar.

(Aprender comas próprias experiências é maturidade, aprender com as experiências alheias é sabedoria.)

Eis o meu conselho.
Juliana Fernandes

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Feliz mêsversário !!!

Ontem a Giovanna e a Maria Luiza completaram mais um mês de vida, e apesar de eu achar que todos os dias com elas merecem ser comemorados, os dias 17 são sempre especiais. É impossível acordar nesses dias e não lembrar das manhãs de 17/11/2006 e 17/03/2009 em que eu, feliz e ansiosa, me preparava pro momento mais intenso da minha vida. A ansiedade, juro, não era medo, não tive medo de morrer, da anestesia, nada. Sentia só uma vontade imensa de ver o pequeno rostinho que demorou 9 meses pra se mostrar.

Enfim a expectativa acabou, elas nasceram perfeitas (parece até que foram desenhadas). A partir daí um mundo novo desabou em cima de mim, eu tive que aprender a amamentar, a dar banho em recém nascido, massagear a barriga no auge da cólica. Eu aprendi a ser mãe. Aprendi a mensurar as noites mal dormidas e multiplicá-las em amor.

Minha vida é delas e pra elas. Feliz mêsversário minhas pequenas. Vocês são muito amadas.

Jéssica Miranda

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Anjos

Eu tenho dois em casa que, sem saber que assumem esse posto, me protegem e cuidam de mim com tamanha competência. Imagina se tivessem cachos loiros e asas...

Jéssica Miranda

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Eu escolho vocês

Nem só de rosas é feita a vida de mãe solteira. Bobeira querer pensar assim.

Mais uma vez minha estrutura foi colocada à prova, pela enésima vez. É hora de colocar algumas coisas no lugar. Grandes decisões pedem ponderação (como se fosse fácil ponderar qualquer coisa quando as consequências envolvem os filhos).

Se toda escolha implica numa renúncia, eu escolho vocês, filhas, sempre. (E no resto a gente se ajeita.)

Não importa, o esforço sempre justifica o resultado.
Imagine o por quê disso: fim de semana felicíssimo.

A Mariazinha tá que anda, e perde o equilíbrio e agacha e cai e levanta e anda de novo. Um resfriado chato não deixa o nariz parar de escorrer, e ainda assim a danadinha não perde o pique.

A Giovanna provou (e reforçou) que está crescendo, foi dormir fora, estreando na casa da minha tia: sábado à noite, a minha filha dormindo fora num lugar novo pra ela. Isso aliado a uma sequência interminável de relâmpagos. Tensão total. Joguei os relâmpagos pro alto e liguei pra minha tia (ufa! a Giovanna estava dormindo).

Ao final da tarde no domingo busquei a Giovanna, estávamos as 3 juntas de novo, (ai!) é sempre bom ter as filhas debaixo das asas, quero fazer isso enquanto posso. Beijei e amassei as meninas até cansar - meu lado Felícia anda excessivo, tenho que me policiar.

Elas me encantam e me surpreendem todos os dias. Amo ter gerado, parido e amamentado-as. Hoje sou grande porque descobri em mim um amor imensurável, e me descobri em forma de criança.

Amo vocês, Giovanna e Maria Luiza.

Jéssica Miranda

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Amo vocês

Depois de 8 horas ininterruptas de sono, apesar do calor descomunal dessa noite, o dia amanheceu com um brilho a mais.

Maria Luiza acordou, eu já estava de pé. O chorinho de fome deu lugar a um bocado de bicotas quando cheguei com a mamadeira. E lá se foram mais 6 medidas de Nestogeno 2 (quero uma parceria com a Nestlé URGENTEMENTE).

Aí sim ela ficou de bom humor, se desmanchou e deu vários passinhos. Fico vidrada com cada um deles! Tão pequena e tão capaz de descobrir o mundinho dela.

Logo a Giovanna também acordou e eu, passando pela porta do quarto dela, disse:

"_Bom dia filha... ”

"_Filha???” ( Por que criança adora fingir que ta dormindo?)

"_Levanta princesa, hoje é dia de piscina na escola”

“_Pega o biquíni rosa de bolinha mamãe?”, ela respondeu já sentada na cama, portando um sorriso lindo e um cabelo descontrolado. Tudo bem, nada que um creme sem enxágüe não dê jeito... E que jeito, ela é dona dos cachinhos mais lindos que eu já vi.

Crianças prontas, bolsas arrumadas. É hora de ir para a escola. A música no carro puxa as palmas no banco de trás. Logo o beijinho de esquimó na Giovanna e o cheirinho na Maria Luiza darão disposição pro dia inteiro. Até pro tal calor descomunal que insiste em aparecer  de dia também.

Fantástico saber que uma simples manhã rotineira repercute de forma tão intensa na vida de alguém, não é?

A maternidade por si só é plena, e nós, mães, recebemos provas diárias do amor mais puro, menos pedido, mais desmedido. É o famoso amor incondicional que tanto se fala.

Eu fui agraciada com o dom de amar. Só isso basta.
 Jéssica Miranda

Cara de menina

Me foi dito, com ênfase, ao saber que sou mãe:

"_ Com esta cara de menina?"

(E pra ser mãe tenho que ter cara de que?)

Eu me sinto menina, mas me tornei mulher de verdade quando me tornei mãe de verdade, de uma boneca linda (que ri e que chora).

(É que ser mãe cor-de-rosa é voltar à infância.)

E quando me perguntam se já sou mãe, a resposta vem certeira:
"_Sou!", como tantas outras menininhas são, no seu mundo de faz-de-conta, que no meu caso é "faz-de-verdade".
Juliana Fernandes

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Queda

Hoje minha pequena caiu da cama.

Acho que esqueceu que é gente e pensou ter asas.

Tudo bem, podemos ser passarinhas e voar de brincadeira.
Juliana Fernandes

Amigas

Mulheres e amigas são palavras que poucas vezes se acompanham no estrito sentido da palavra amizade.

Mas eu tenho uma, que me ensina a colocar amor em palavras e não amor na gaveta.

E ela já sabe disso.

Mas é bom repetir, pra ela não se esquecer.
Juliana Fernandes

Pra você

As mães e os pais amam.

Sou sua mãe e sua pai, então, amo muito.

É um amor ao quadrado. Amor multiplicado pelos caminhos que escolhi ( amor vs caminhos).

Você tem esse meu amor multiplicado, todo dia. Aliás, você multiplica meu amor todo dia.

Estou descobrindo o amor, querida, e tenho você como chão. É um amor colorido e fantástico.

Você me ensinou a mostrar amor em sorriso. Meu sorriso é você: linda, batendo forte no meu coração, e estampada na minha face.

E por estes sorrisos, que são você me fazendo sorrir assim porque faz cosquinha no meu coração, conheci pessoas que enchem minha vida de amor também. E que dividem, prá nos duas, momentos de atenção (e muita alegria!) que antes seriam só pra mim.

Felizmente ser sua mãe me educa (menina mimada que fui,e sou muito), e você me ensinou, minha mestrinha, que dividir também é amar.

E me divido em mil partes (e depois vejo é que me multiplico) e posso estar em toda parte, e com você, poque você está dentro, como antes de nascer.

(Só que antes de nascer você morava na barriga, e depois que nasceu, de tanto te encostar no colo, foi parar no coração.)

E com você no coração, minha professora particular, aprendo a amar outras pessoas, aprendo a mostrar amor em palavras, em gestos, como você me mostra em gestos, porque desconhece a loucura das palavras.

Sei que você me ama, todos os dias. Você não diz, mas eu sinto.

E é meu amor por você, principalmente, que me faz escrever a nossa história de outro modo, com fé, em dias melhores, se puder existir melhores que esses.

E fico pensando (em versos muitas vezes não meus) que quero que seja repleta de amor, e que não seja só o meu (seria egoismo, até porque na minha vida cabe também amores alheios que se extendem a você).

Fico pensando nisso, pois aprendi com sua simplicidade de brilhar em minha vida, filha, que fui presenteada pela  mãe natureza por uma combinação perfeita hoje, mais que antes: sou mulher e sou amor.
 Juliana Fernandes

Bicho!

Sou apaixonada por um bichinho.

Não imagine que é um bichinho qualquer.

É feito por um nariz arrebitado, que fica franzido e faz um fungadinho engraçado.

É o bichinho mais lindo que eu já vi. E que me traz tanto riso.

Eu não gosto muito dos outros bichinhos, mas este, que mora na minha vida há 18 meses (conto os 8 de espera e os 10 de delicioso desafio) é realmente encantador.

Que quando vira bicho de verdade (e faz fungadinha de bicho e cara de bicho) e vem engatinhando pro meu lado, fica em pé na minha perna e sorri, como quem quer me dizer:

"_ Sou sua!"

Me sinto bichinho também, e faço cara de bicho, imitando-a.

Bicho mãe e bicho filha.

E somos, nós duas, família.

Algodão

Ela achou um algodãozinho no chão.

De curiosa que é, colocou na boca (fez uma careta engraçada) e cuspiu.

Descoberta de hoje: algodão não é bom.
Juliana Fernandes

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sobre as mães:

São mais felizes do que as que são somente filhas.
Juliana Fernandes

Dança.

É a palavra certa pro que ela fez quando ligamos o "sapo cantor" (ela é apaixonada por sapos e música).

Balançou os bracinhos pra frente e sacodiu o corpinho até a música a cabar! Uma graça.

Foi a coreografia mais linda que já vi.
Juliana Fernandes

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sobre a beleza

Outro dia uma pessoa me disse que deixamos de ser bonitas com o tempo, e que isso a preocupava.

Por isto hoje me coloquei a pensar, olhando minhas fotos com quatorze, quinze anos, e de algumas outras mulheres que considero muito bonitas: já fui sim "lindinha". Hoje estou bela (modéstia a parte).

Bela porque consegui assumir um estilo, uma postura, que condiz com minha vida pessoal, social.

Nas fotos de anos atraz eu era uma menina com corpo de mulher.

Hoje sou uma mulher em um corpo de mulher, ou melhor, uma mulher com corpo de mãe.

E nada mais bonito que uma mulher que se veste e porta de acordo com sua idade, que se porta de acordo com o momento que vive.

Charmoso é a menina de 15, que veste mini-saia pra mostrar que está ficando moça, e a aposenta aos 20, dando espaço pra um vestididinho godê, que mostre suas curvas de mulher.

Bonito é a mulher de 25, que percebendo que é hora de assumir uma postura madura, troca o vestidinho por um vestido elegante, sobreposto por um blaiser alinhado.

Sensual é a mulher de 30, que assume que o semblante está pesado e corta o excesso do cabelo, e se veste com calças mais altas, decotes mais bem compostos e um sapato elegante.

Elegante é a mulher de 40, que vendo que está passando o tempo desfila suas marcas de expresão preenchidas por um belo sorriso e não por litros de botox.

Lindo é a mulher que sendo mãe, respeita seu corpo, que mudou para gerar vida, e que aceita que agora chegam as fases da filha, sem buscar reviver. (Uma coisa que me deixa desanimada é ver mães e filhas com o mesmo toque da moda. Me deixa preocupada, na verdade, porque, ou a filha se veste como velha ou a mãe não percebe que a hora dela passou!)

Ao menos, eu, não pretendo cair neste erro!

Pretendo que ela use e abuse dos batons, modelos e detalhes que forem vigentes. Pretendo que ela use cada cor, molde e corte no tempo devido.

Mas espero que se espelhe em meu exemplo e saiba compor a beleza de cada idade. Espero que ela não enlouqueça com a ditadura da beleza, que é cada vez mais ferrenha e que não se  baseie nas revistas (que só nos mostram como somos feias).

Mas quero que ela saiba um segredo que descobri, reparando alguns detalhes na sociedade e que poucas mulheres sabem: uma mulher inteligente e educada é bonita, o encanto que ela traz é mais sedutor que um rostinho padrão.

Quero que ela saiba que quando nos respeitamos, como somos, somos felizes e que bonito mesmo é ser feliz.
Juliana Fernandes

Cinderela

Descobri que princesa minha filha é! É a cinderela.

Porquê? Não me pergunte isso, está nítido!! Olhe como o pézinho dela é pequeno e rechonchudo! Difícil o sapatinho que cabe ali!

Outro dia fui comprar um sapatinho para que ela realmente use, afinal, sapatos para bebês são apenas enfeitezinhos incômodos, que eles tiram e usam como mordedores__tudo bem, ao menos são útei pra este fim!__ Mas agora com quase 10 meses ela resolveu aprender a ficar de pé, e trocar alguns passos de ladinho segurando na mobília e na parede e em tudo que der para ela se apoiar(...) e, com isto, aprendeu a escorregar, com aqueles pézinhos que ficam suadinhos na cerâmica.

Achei então que era a hora!

Foi por este motivo que comprei um parzinho com solados que não escorregassem (afinal, se fosse pra escorregar, deixaria que ela continuasse descalça). Era um par de sapatinhos lindo! Todo cinza, com um toque de gliter, estampadinho de rosas brancas, com um laço e um pingentinho que segurava-o sobre o sapato! Um luxo!

Mas quem disse que coube no peito do pé?

Ninguém disse, afinal:

"_Não coube!", foi o que eu disse pra vendedora, que riu...

Procuramos, enfim, um que coubesse, o All Star não coube, a sapatilha saia do pé, a sandalinha de plástico apertava. Até que encontrei um sapatinho: daqueles de boneca, em verniz preto, com um laço sobre a ponta da frente e um "stras"s em cada ponta do laço! Uma delicadeza, a última peça da loja.

Calcei no pézinho mais gostoso que já vi, o sapatinho mais lindo que encontrei em toda a miha vida! (e será o que direi de todos os próximos sapatos!)

Sabe o que ela fez?

Para minha decepção, sentada no chão da sala, ela tirou o sapatinho de cada pézinho, olhou para eles por um instante e colocou-os de lado, sem cuidado algum (como já se é de imaginar), engatinhou um pouco até a parede, ficou de pé e me abanou umas das mãozinhas, com com a carinha de quem dizia:

"_ Mamãe, é lindo, mas como você mesma disse, é só um enfeitezinho incômodo!"
Juliana Fernandes

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mas por quê???

Hoje no carro, à caminho da escola:

“Mamãe, onde é a escolinha?” “É na rua Quilombo dos Palmares, filha...” “Por que mamãe?”

Por que criança pergunta tanto?

Pronto! Ela lá, eu cá (cheias de dúvidas), ela pergunta, eu respondo, ela descobre meu mundo e eu descubro que meu mundo (pasmem) é ela. E a gente vive assim, numa demonstração de partilha e cumplicidade que não precisa de ensaio, simplesmente acontece.
                                                                                         Jéssica Miranda
                                                              

Meu pequeno broto

Sinto muita falta da minha bebê pequenininha.

Estou vendo ela crescer, espixar como um brotinho de bambu, penso nela como uma menininha grandinha perto do que era quando nasceu, mas é tão pequena perto do meu tamanho (físico é claro, porque a grandeza de uma criança é imensurável!).

Fico pensando na inocência da minha filha. Fico pensando na semente que plantei nesse mundo de "ai meu Deus".

(E penso todos os dias se rega-la como rego é o suficiente.)

Da terra do meu mundo já sai um broto. Um broto discreto, sorridente, que será um mundo inteiro, solta nesse mundo grandão.

É a primeira folinha, de muitas, desta obra-prima (como a Natureza é perfeita)!

Mas me bate uma insegurança, ao saber que educar e criar esta semente de esperança pra toda a humanidade é m inha responsabilidade. Então eu rezo:

"E quando este brotinho lindo for árvore,
espero que dê sombra a muitas outras sementes
e que quando for grande veja sua pequenez diante da imensidão da árvore dona da vida, Deus,
e que vendo sua pequenez seja feliz."

Pois ela grande, e tão grande, que não coube no meu peito e ultrapassou os limites do meu mundo, e criou um novo mundo, e que (ufa! que sorte) tem espaço pra mim...
Juliana Fernandes

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Alecrim

Acho que já  estou me cansando das cançoes de ninar. Elas eram na minha época cantadas e recantadas constantemente. Não que faça muito tempo, e não faz mesmo(!), mas me cansei delas. Ninaram grande parte das gerações que conhecemos.

Todavia canto muitas delas (e invento outras tantas).

Minha filha adora ser embalada com um "nhém nhém nhém", e eu, como toda boa mãe realizo esse simples desejo dela de todas as horas de dormir. Com um balanço suave, canto as musiquinhas.

E ela, como todo bom bebê, nunca criticou nenhuma. Simplesmente dorme.
(Não sei se por gostar do embalo, do ritimo ou por tédio. Ela dorme.)

Ela prefere, de todas, a do "Alecrim dourado" (e tantas vezes já repeti esta canção, que as vezes me pego no supermercado, empurrando o carrinho de compras e pensando):

"Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado!
Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado!
Foi o meu amor, quem me disse assim que a flor do campo é o alecrim...
Foi o meu amor, quem me disse assim que a flor do campo é o alecrim..."

E, assim, saio pé por pé do quarto. Às vezes ela teima em me chamar de volta:

"_Mã-mã-mãe!", e eu volto, pé por pé e continuo cantando as musiquinhas, mudando os rítimos e mantendo as letras, ou mantendo os rítimos e trocando as frases. Não importa. Ela dorme mais uma vez, eu a abençoo com um beijo, e um sussuro:

 "_ Boa noite, bons sonhos!", respondido com um suspiro anjelical.

Sou pra ela a cantora e a poetisa. Ela não conhece muitos outros, aliás.

Mas é certo uma coisa (como incerto é a qualidade de meu cantarolar): foi ela, meu alecrim, que trouxe toda a poesia (e música e encanto) pra minha vida.
Juliana Fernandes

Apresentação

Foi assim que nos tornamos mães: solteiras.

Na verdade toda mulher se torna mãe acompanhada, a outra pessoa é o pai biológico (lógico).
Mas nesse caso (nosso caso), nos tornamos mães sem a companhia após a fatal descoberta. Além do mais, fomos mães antes da hora. Mães jovens, lindas e com um mundo inteiro pra desbravar.

O que nos faz diferentes é que abraçamos a maternidade (e a paternidade) com amor e dedicação, entemeada com a juventude, paralela à descoberta do nosso mundo, a descobrerta do mundo de alguém.

Nos tornarmos verdadeiramente mulheres.

Afinal, não haveria a nescessidade de haver no mundo dois sexos se não houvessem diferenças primordiais pra cada um.

A nossa diferença é notável: somos o abrigo e o amparo da humanidade. Alimentamos com nosso corpo a boca de cada ser que vive na Terra, após cada um deles terem sido  carregados (clandestinamente escondidos) dentro de nós.

E nem por isso perdemos nossa identidade. Na verdade ganhamos mais uma identidade além de super poderes.(Nossa identidade secreta é a "mãe da fulana", a "mãe da beltrana"; os super poderes são que pudemos chamar à luz nossas filhas, amamentar, trabalhar, cuidar de mil coisas, de mil detalhes, e ainda viver nossas vidas _ e descobrir que em 24 horas dá tempo).

Somos felizes e realizadas. Somos pais também! E vamos contar aqui nosso dia-a-dia de mães, mulheres e tal.

Nos apresentamos aqui:

Juliana Fernandes, a mãe da Maria Júlia,
Jéssica Miranda, a mãe da Giovanna e da Maria Luiza.
Juliana Fernandes