Eu sempre gostei de festinhas de escola. Já fui noiva do casamento da festa junina, adorava ensaiar e apresentar as coregorafias, mais animada que eu só eu de novo. Aí, há quem diga que "quem sai aos seus não degenera", pois eu digo: AHHHH DEGENERA SIM. Gente, eu juro que não sei o que acontece com a Giovanna, ela ensaia, comenta em casa, chega no dia de se apresentar, PIMBA, a menina encasqueta que não quer e ponto. Assunto encerrado. A única vez que ela apresentou direitinho foi no dia das mães do ano passado, cantou que foi uma lindeza. Festa junina? Nem com reza pro santo.
Sábado teve festa da família na escola dela. Cada turma fez sua apresentação, quando foi a vez da salinha dela, ela entrou com um bico típico dela e a testa franzida (claro), mas pra minha surpresa ela não chorou (acho que tem a ver com o fato de os pais terem participado da apresentação com eles).
Mas eu quero mesmo é falar sobre essa festa, a da família. Festas assim acabam forçando a gente a pensar na composição da nossa família. Fomos só eu e meu pai, minha mãe sempre participa de tudo, mas esse fim de semana ela estava cuidando da vovó. A festa foi uma graça, como eu já esperava. Tinha exposição de trabalhos dos alunos, teve lanche, mas o auge da festinha foi uma palestra feita por uma terapeuta sistêmica familiar (profissão chique né? Eu gostei). A palestra foi basicamente sobre o que os filhos fazem por amor aos pais, e sobre as mães liberarem os filhos pra amar seus pais (hmmm, aí ela me pegou) e vice-versa, porque segundo ela, a criança que se vê “obrigada” a escolher amar só o pai ou só a mãe, não se torna um adulto completo. Sabe quando você toma um tranco? Pois é, parecia até que a palestra era pra mim. E aí eu comecei a pensar se eu libero minhas filhas pra amar o pai delas. E cheguei à conclusão que eu libero sim, embora eu nunca tenha feito isso premeditadamente. E tá, eu confesso que ver um monte de pais correndo atrás dos filhos, levando pra beber água, educando (tipo pai mesmo) sempre dá um baquezinho!
Mas aí, eu respiro fundo e me sinto uma menina super poderosa (tipo mãe mesmo) e me encho de felicidade de ver a Giovanna, do alto dos seus quase 4 anos, correndo descalça pela escola, me puxando pelo braço pra mostrar o trabalhinho dela, abraçando as amiguinhas, a irmã e eu pra tirar foto.
Juro, foi LINDO – Vale lembrar que tinha refrigerante, sanduíche e picolé de lanche – E, vem cá, quando vai ter outra dessa mesmo?!?
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Um belo dia (hoje) eu ligo na escola da Maria Luiza pra saber como ela está – ela tossiu muito essa noite – e descubro que ela mordeu um amiguinho, com força, só porque ele teve ao mesmo tempo que ela a idéia de pegar um papel de bala no chão.
Tsc tsc tsc. E eu que queria MOR-RER quando a Giovanna chegava da escola com uma marca de mordida no braço.
Jéssica Miranda